terça-feira, 30 de março de 2010

O "Bullying" nas Escolas




Bullying para aqui bullying para ali, enfim só se fala do bullying em todo o lado.

Morreu um rapazola, dizem que era vítima do bullying, ai era? Mas mesmo assim arranjou coragem para se afogar corajoso para quem seria vítima de bullying, ou terá sido empurrado? Ou obrigado? Terá a morte deste puto uma consequência de um acto de bullying?

Não sou policia e o meu nome não é Moita Flores é Pedro Nunes.

Ora eu sou daqueles gajos que andou nas piores escolas de Lisboa.

Iniciei na escola 187 em Chelas, quando entrei com 6 anos existia tipos na 4ªclasse com 12 e 13 anos era porrada de meia-noite, nunca se falou no bullying.
Depois fui para Damião de Góis em Chelas no meio do antigo bairro do Cambodja também, a malta tinha que fazer espera na porta com o segurança e quando via o autocarro a 500 metros de distância tinha que correr o mais que podia para entrar naquele limite em que a porta fechava ou então era roubado ou seja vítima de bullying. As miúdas eram violadas por detrás do pavilhão e a malta tinha que entregar os trocos do lanche aos tipos mafiosos, a senha do passe era roubada e carteira da Dunas tinha que andar sempre nas cuecas. Bullying
Depois fui para a Fernando Pessoa nos Olivais, maravilha, como era repetente e grande e forte eu era o gajo que praticava o bullying, maravilhoso, pedia dinheiro no bar e batia nos putos na altura o Resteling e o tarzan Taborda e António Macedo estavam na moda e eu era um fan daqueles truques todos e malhava nos putos, como se chama? Bullying
Uma vez um grupo de tipos até manteve relações sexuais com uma miúda que era gozada por ser vítima de abusos sexuais pelo pai e eu estava lá e o máximo que aconteceu foi aula de educação sexual dada pela Johnson & Johnson. Porreiro, outros tempos……
Fui expulso e fui para a C+S dos Olivais, agora tem outro nome, era uma escola provisória a mais de 20 anos, parecia aquelas cabanas dos campos de concentração, aqui também fui um daqueles que praticava o Bullying nos putos, continuava a roubar os dinheiros dos lanches e a pedir “becas”. Existia uma professora de Historia que sei hoje que era depressiva e não sabia e nas suas aulas até com cadeiras levava em cima. Na aula de Geografia a malta era expulsa de 5 em 5 minutos e voltava a aula pela janela e o Prof. não dava por nada ou não queria ver. Chuvia dentro das salas de aulas era frio no inverno e muito quente no verão e ninguém queria saber. A escola era rondada por velhos pedófilos que assediavam os putos com porta-chaves e cromos do Benfica em troca de umas festas e sabe-se lá mais o que…..As miúdas levavam saias para a escola e o meu passatempo era levanta-las para ver aquelas cuecas com bonecos, hoje acho que seria Bullying ou assédio sexual grave.
Enfim e muito mais existia para contar, mas fica para a próxima, conclusão da coisa é que hoje o que é tratado com estrangeirismos e como se fosse a pior coisa do mundo, antigamente fazia parte da vida de um puto e malta faziam-se homens e mulheres, não eram necessários os psicólogos as merdas resolviam-se no braço com umas pêras e depois íamos jogar a bola.

sábado, 20 de março de 2010

Limpar Portugal


Hoje foi o Dia Limpar Portugal, e meus amigos pelo que vi, devia-mos começar a limpar logo na juntas de freguesia que deixam que as coisas cheguem a este ponto depois nas câmaras que são responsáveis pelas juntas e depois o governo que é responsável por tudo o resto, sobra o povo voluntário que tem que andar nas matas e ruas apanhar o lixo e a fazer aquilo que as entidades competentes deveriam fazer e zelar para que não chega-se aos pontos que assisti.

Tantos militares parados nos quartéis a beber macieiras, tanto parasita subsidiários do estado com os seus apoios sociais e rendimentos mínimos, tantos presidiários a viver na conta dos contribuintes.

Porque raio não cria o governo uma lei que obrigue esta gente a contribuir pela sociedade, se não forem os militares ao menos que a porra dos parasitas dos subsídios que façam algo útil que não seja só viver da conta de quem trabalha, vão limpar matas vão varrer ruas.

Mas bom a experiencia foi muito positiva, deu para tomar consciência das barbaridades que pessoas sem consciência cometem e no meu caso ter trabalhado com jovens crianças que vão ser o futuro de amanha e que espero que se lembrem destas acções para que não cometam estes erros no futuro.

sexta-feira, 19 de março de 2010

DIA DO PAI

Hoje foi aquele dia, dia do Pai,

Dia que tinha tudo para ser um dia como outro qualquer, mais um dia de trabalho em que andaria para cima e para baixo com o balde da massa em cima dos andaimes em tronco nu porque o calor já se nota. Mas não, este dia que tudo tinha para se chamar normal foi quebrado por um grande abraço e um “…feliz dia do pai…”, quando ainda eu mal abria os olhos depois de uma noite de sono, que bem que soube aquele beijo e aquele abraço tão sentido e verdadeiro de alguém de quem temos a certeza que nos ama e que é amado incondicionalmente.

Depois a recompensa, uns presentes originais e manuais, feitos com amor e por quem quer mostrar a diferença.

Amo-te meu filho Lindo


A poesia....





O coração que se transforma numa criança linda....




O Carrinho do passeio....


Porta-Chaves em barro na forma de campo futebol com bola....


Bonecada, eu devo ser o gordo....


Mais bonecada....

No fim o guerreiro adormece, mas em alerta com a espada na mão....

domingo, 7 de março de 2010

Até um Dia Avô


Hoje eram nove e piques quase 10 e lá estava eu para prestar o meu último adeus ao meu querido Avô.

Existem cenas mesmo lixadas, olhamos á nossa volta num velório e vemos que existem mesmo pessoas que sentem a perda e choram é de louvar essas pessoas. Eram quantas? 3 no máximo…

Caramba, não existia necessidade, a raça humana é de facto a coisa mais hipócrita que existe na face do planeta terra.

Porque se dão as pessoas ao trabalho de viajar kilometros, será que é para ter a certeza que a pessoa morreu ou será porque, ai se não for parece mal? E tal!

Tal situação e alguns comentários só me fizeram tomar uma decisão, levantar-me, despedir-me do meu avô e pedir-lhe desculpas, desculpas porque andamos tão stressados com o nosso dia-a-dia, sempre a adiar para amanha fazer certas coisas entre elas visitar os nosso familiares queridos que não vemos alguns anos. Pedi-lhe desculpa por isso, por não lhe poder dar aquele abraço, mas dei-lhe aquele beijo. Deve ser de família mas também a minha avó tinha aquela expressão, expressão de quem tinha morrido feliz e em paz com a vida, com o sentido do dever cumprido de uma vida que apenas termina no culminar da velhice, assim deveriam terminar todas as vidas.


Resumindo sai dali, daquele meio hipócrita de gente mesquinha e sem interesse e fui para o sitio onde sabia que ele estava, na sua casa nas suas terras ao pé do seu cão. E enquanto uns assistiam ao mais deprimente que existe numa morte, que é ser enterrado num buraco e levar com terra em cima eu estava com ele na paz de um tempo cheio de nevoeiro com chuva miudinha que provoca aquele cheiro da terra molhada com o som da água que corria na ribeira. Falamos e assim nos despedi-mos com a certeza de um dia nos encontrar-mos.

Obrigado Avô

sábado, 6 de março de 2010

Avô Manuel


Hoje é um dia triste, morreu o mais importante dos homens vivo responsável por eu estar aqui hoje. Sr. Manuel Nunes, meu avô, pai da minha mãe e um grande senhor. Homem duro e rude, Sr. do campo.
A ele alem de lhe dever o facto de estar aqui, devo-lhe também alguns dos valores que ele sem saber me passou, aqueles verões infinda dos que pareciam não ter fim. Era um tormento, acabava a escola e lá ia eu para a “TERRA”, terra esta nos confins da beira, duas casas apenas sem crianças sem ninguém, dias passados sei lá eu a fazer o que, mas enfim já lá vai e hoje senti saudades desses tempos e não paro de os recordar.
Invejava os meus primos e amigos e que tinham férias a sério com amigos sol e praia e eu ali, sozinho com os dois velhotes.
Mas hoje não é inveja que sinto, tomara eles algum dia terem passado aquilo que eu passei, se é verdade que alguma da juventude foi perdida também muita coisa foi ganha. As lengalengas da avó, a sopa que nuca comi igual, a broa de milho quentinha saída do forno de lenha com manteiga, as batatas fritas cortadas de forma especial com um aparelho cortante que lhes dava uma forma diferente, o tomate “migadinho” ao gosto do freguês.
Saudades que tenho do meu avó me mandar quase obrigado apanhar maças, tarefa que eu tinha que fazer sem responder e lá ia a rogar pragas e pensar o quanto detestava lá estar, hoje quem me dera apanhar maças. Saudades de andar de rabo para o ar apanhar batatas no meio da terra escura ao sol, saudades de andar pelo meio das plantações do milho a tirar a folha e fazer molhinhos com a pescoço e braços todos cortados pela folha do milho, saudades daqueles serões a desfolhar espigas. Saudades daquele dia em que o Sr. Manel me deu para a mão uma foice e me ensinou a cortar a rama das batatas, saudades de ordenhar uma cabra, saudades de matar um porco e ver uma galinha morrer. Saudades do passeio de tractor pelos montes acima para ir ajuntar mato. Saudades daquelas duas e únicas chapadas que levei do avo manel por lhe ter cortado uma fila inteira de pés de milho com uma navalha.
Hoje considero-me de sorte, para rapaz da cidade, criado no bairro onde de tudo me passou pelas mãos, acredito que os 5 anos consecutivos de férias grandes que passei com eles foram responsáveis por muita coisa má que não me aconteceu.
Lamento nunca lhes ter dito o quanto gostava deles, nunca ter dito ao Avó Manel  o quanto o admirava e o quanto o reconhecia em quanto homem e avó.
Antes de ir para a tropa, passei 20 dias com ele, só os dois e avô foram talvez os melhores 20dias que tive, conheci o outro avô e vou ter muitas saudades.
Hoje partiste, foi uma morte limpa sem dor e sofrimento, irei lembrar-te sempre sem nunca te esquecer elembrar o que fizeste por mim, mesmo que não saibas.

Descansa em PAZ